quinta-feira, 30 de maio de 2013

Reorganizando o Grupo Otimismo

30/05/2013 



Reorganizando o Grupo Otimismo


Desde que comecei a me envolver na luta contra a epidemia de hepatite C ouço dizer que o combate a epidemia já conseguiu muitos avanços. Ao mesmo tempo, ao final de cada ano, o número de pacientes que receberam tratamento no sistema público de saúde, que é o melhor e único índice que existe para avaliar o desempenho de um programa, é decepcionante. 

Todos os anos surgiram notícias sobre amplas campanhas de divulgação, de diagnostico, de aumento da capacidade de tratamento, de portarias para facilitar o acesso aos medicamentos e tantas outras que, se pelo menos 50% dessas promessas tivessem sido implementadas hoje estaríamos tratando mais de 30.000 pacientes a cada ano, mas a realidade mostra que mal conseguimos tratar, no máximo, uns 12.000 e, pior ainda, certamente em 2013 o total de tratamentos será menor que em 2012 já que o consumo de medicamentos no primeiro semestre de 2013 (segundo dados oficiais) foi 5,4% menor que em 2012. Se o consumo de medicamentos é menor não será necessária uma mente brilhante para afirmar que o número de pacientes tratados será menor. 

O Grupo Otimismo lutou nos seus primeiros anos na formação de políticas publicas. Utilizando a mídia, a mobilização dos infectados, seus familiares, atuando junto a outras ONGs e o ministério público conseguimos ter em 2003 um programa nacional, em 2007 centralizar a compra dos medicamentos em Brasília e em 2008, meio que a contragosto, a incorporação das hepatites no Departamento DST/AIDS. Pensávamos então que o enfrentamento da maior epidemia que assola o Brasil, atingindo uns cinco milhões de brasileiros iria deslanchar, acreditavamos que as promessas e intenções seriam firmes e verdadeiras, o que nos levou a atuar de uma forma mais "light", sentando com os gestores, realizando reuniões e mais reuniões e cuidando de problemas pontuais. Hoje verificamos que foi um erro, uma forma pouco efetiva de conseguir resultados. 

Resumindo, passados 10 anos da criação do Programa Nacional de Hepatites Virais em 2003, quando 7,500 tratamentos eram realizados a cada ano, o crescimento foi de singelos 5% ao ano, chegando aos 12.000 tratamentos atuais em vez dos mais de 30.000 prometidos. Ou tudo o prometido deu errado ou foi só conversa para boi dormir. 

Desiludidos por acreditar em promessas nunca cumpridas estamos tomando a decisão de voltarmos no tempo e reorganizar nossa forma de atuação, passando novamente a atuar junto a defensoria e o ministério público, abrindo procedimentos administrativos para apurar responsabilidades dos gestores, denunciando quem estiver simplesmente encastelado na sua função e não apresenta resultados que atendam a população. 

Pretendemos deixar de lado o objetivo da solução de conflitos e carências e, passar a visar às causas estruturais que levam a esses problemas, batendo em quem for necessário já que conforme diz a carta do diabo do Tarô, o fim justifica os meios. 

Para tal estamos dando inicio a contratação de um advogado para redigir os textos da solicitação de abertura de procedimentos na defensoria e ministério público, processo de seleção que já se encontra em andamento e está aberto a todos os advogados que estiverem interessados. Não necessariamente deve ser residente do Rio de Janeiro. 

Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com 

FONTE:

http://www.hepato.com/p_otimismo/101_port_otimismo.html

Quais as chances de apostar no futuro para os infectados com hepatite C?


27/05/2013 

Quais as chances de apostar no futuro para os infectados com hepatite C?


A empresa "BioTrends" especializada em consultoria de mercado na área farmacêutica alerta que a maioria dos médicos que tratam a hepatite C estão criando uma espécie de "deposito de infectados" aguardando a próxima geração de tratamentos livres de interferon. 

Na pesquisa realizada com médicos dos Estados Unidos 60% responderam que estão recomendando a seus pacientes para aguardar por novos medicamentos livres de interferon para iniciar o tratamento, um número consideravelmente maior que o levantamento realizado seis meses antes, quando somente 6% dos médicos informavam estar realizando tal recomendação. 

Quando perguntados se estão satisfeitos com as opções de tratamento disponíveis atualmente, 80% responderam não e somente 20% sim, ressaltando a grande necessidade de encontrar alternativas para encontrar opções as necessidades que hoje não são atendidas com os atuais medicamentos. 

Quando perguntados com quais dos novos medicamentos já se encontravam mais familiarizados, o sofosbuvir da Gilead e o medivir da Janssen foram as principais respostas, seguido de perto pelo daclatasvir e o asunaprevir, ambos da Bristol-Myers Squibb. 

O estudo "TreatmentTrends®: Hepatitis C Virus (US), Wave 1" realizado a cada 2 anos, também constata que pela primeira vez os médicos pesquisados estão esperando tratar até 3% de pacientes infectados com os genótipos 1, 2 e 3 nos próximos seis meses utilizando medicamentos ainda não disponíveis, isto é, em ensaios clínicos e protocolos de pesquisa. 

MEU COMENTÁRIO 

Todos gostam de apostar em um futuro melhor, seja acertando na loteria ou acertando em algum medicamento que restabeleça nossa saúde, mas sempre é prudente considerar que em ambos os casos se trata de uma aposta e, que como tal podemos ganhar ou perder. 

Por favor, não interpretem o paragrafo anterior como uma posição pessimista de minha parte, pois tal qual o nome que demos ao grupo de apoio somos 100% otimistas, mas uma aposta quando referente a saúde pessoal deve ser criteriosamente estudada e avaliada. 

O médico pode informar na consulta que novos medicamentos estarão chegando, muitos livres do interferon. A informação está correta, sendo 100% acertada, o médico está falando a verdade para o paciente. Ninguém duvida que em um futuro próximo teremos opções de novos medicamentos, mas ainda ninguém pode assegurar se tais medicamentos servirão para todos os infectados ou qual será o preço desses medicamentos, pois se o custo for excessivamente elevado, coisa que eu acredito que assim seja, o seu uso ficará limitado a pacientes com alto poder aquisitivo. 

Então, o médico durante a consulta informa o panorama futuro, cabendo ao paciente, somente ao paciente, decidir se faz a aposta de aguardar o sorteio para saber se será incluído nesses novos tratamentos ou, se tenta a sorte apostando no tratamento atual, onde as chances são menores, mas são relativamente boas. 

O paciente deve decidir pelo seu caso pessoal, não pela tendência geral. Não encontro resposta para saber qual a possibilidade de alguém com cirrose ou uma fibrose muito avançada, quase uma pré cirrose, que decida aguardar, terá certeza que quando da chegada dos novos medicamentos a seu país e introduzidos no sistema público de saúde, ainda estará vivo ou em, condições de receber os novos medicamentos. 

Eu tentei nas minhas seis décadas de vida ganhar na loteria e nunca acertei, mas em 1995, nos primórdios do tratamento da hepatite C, com chances entre 7% e 10% de cura apostei no tratamento, apostei num tratamento de 21 meses com interferon três vezes por semana e ribavirina, acabei ganhando o primeiro prêmio, o da cura e, portanto, estou ainda vivo e incomodando muita gente até hoje. Se tivesse deixado para tratar na esperança da chegada do interferon peguilado, do qual naquela época já se falava nas pesquisas, muito provavelmente não teria chegado vivo. 

Quando não compramos um bilhete de loteria temos a certeza de pelo menos não perder o dinheiro se o número não for premiado, em certa forma ao deixar de gastar estamos ganhando alguma coisa, mas quando não apostamos na possibilidade de um tratamento que pode, ou não, dar resultado, estaremos sempre entre os perdedores. 

A experiência mostra que a terapia tripla pode ter mil efeitos colaterais e adversos, mas por outro lado o estudo CUPIC mostra que 40% dos pacientes mais difíceis de responder, isto é, os cirróticos nulos de resposta a um tratamento anterior com interferon peguilado conseguem a cura quando tratados com telaprevir ou boceprevir. Dados finais do estudo PROVIDE apresentados no DDW 2013 mostram 93% de cura em pacientes recidivantes a um tratamento anterior quando retratados com boceprevir. E o telaprevir em retratamento de pacientes transplantados de fígado obteve 65% de cura conforme resultados preliminares da RVS da semana 4 após o tratamento, dados apresentados no EASL 2013. 

Em fim, a decisão sempre deve ser do próprio paciente, escutando o conselho do médico e discutindo com ele a situação individual de cada caso. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Con informaciones, en la primera parte de la materia, del Grupo de Pesquisa BioTrends - http://bio-trends.com/Products-and-Services/Report?r=trtrid1113 


Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_geral/117_port_geral.html

Possibilidade de cura semelhante entre pacientes em tratamento pela primeira vez e pacientes em retratamento utilizando boceprevir




27/05/2013 

Possibilidade de cura semelhante entre pacientes em tratamento pela primeira vez e pacientes em retratamento utilizando boceprevir


Dados apresentados no EASL 21013 de uma analise retrospectiva de resultados randomizados dos ensaios clínicos na fase 3 controlados por placebo e duplo cego, ensaios SPRINT-2 e RESPOND-2 nos quais os pacientes receberam nas quatro primeiras semanas tratamento com interferon peguilado e ribavirina e a partir da semana cinco foi introduzida a terapia tripla incluindo o boceprevir, mostra que praticamente não existem diferenças na possibilidade de cura entre os pacientes que recebem tratamento antiviral pela primeira vez e os pacientes que tendo fracassado a um tratamento com interferon peguilado realizam o retratamento. 

A cura (resposta sustentada 24 semanas após o final do tratamento) quando o tratamento foi guiado pela resposta terapêutica foi conseguida por 63% dos pacientes recebendo tratamento antiviral pela primeira vez e por 69% dos pacientes em retratamento que foram recidivantes ao tratamento com interferon peguilado. 

No grupo de pacientes que receberam quatro semanas de interferon peguilado e ribavirina e a partir da semana cinco e até completar 48 semanas em terapia tripla com boceprevir, 66% dos que recebem tratamento pela primeira vez resultaram curados e entre os recidivantes a um tratamento anterior a cura foi de 75%. 

Concluem os pesquisadores que os dois regimes de tratamento com boceprevir, seja o guiado pela resposta terapêutica ou o regime direto, são eficazes, alcançando taxas semelhantes entre os pacientes que recebem tratamento pela primeira vez como entre os recidivantes de um tratamento anterior. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base na seguinte fonte:
VIROLOGIC RESPONSE RATES ARE SIMILAR IN PREVIOUSLY UNTREATED AND PREVIOUSLY TREATED AND RELAPSED PATIENTS RECEIVING BOCEPREVIR TRIPLE THERAPY: A RETROSPECTIVE ANALYSIS - B.R. Bacon, F. Poordad, J.-P. Bronowicki, R. Esteban, S. Thompson, F. Helmond - Abstract 791 - EASL 2013 


Carlos Varaldo
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FONTE:

Telaprevir é seguro e efetivo no tratamento de co-infectados HIV/HCV





27/05/2013 

Telaprevir é seguro e efetivo no tratamento de co-infectados HIV/HCV


Com o objetivo de avaliar a segurança e eficácia do tratamento com telaprevir, interferon peguilado e ribavirina em co-infectados com AIDS e hepatite C e avaliar as interações medicamentosas e farmacocinética do telaprevir com os medicamentos anti-retrovirais durante a co-administração foram publicados os resultados de um ensaio de fase 2-a randomizado, duplo-cego, placebo-controlado (ClinicalTrials.gov: NCT00983853). 

A pesquisa foi realizada em 16 centros internacionais incluindo 62 pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C e co-infectados com HIV-1 que nunca antes receberam qualquer tratamento antiviral para hepatite C, todos eles em terapia anti-retroviral. 

Aleatoriamente divididos em dois grupos um dos grupos recebeu terapia com telaprevir, interferon peguilado e ribavirina durante as primeiras 12 semanas e continuou com interferon peguilado e ribavirina até completar 48 semanas de tratamento. Um segundo grupo recebeu placebo no lugar de telaprevir, realizando assim um tratamento de 48 semanas somente com interferon peguilado e ribavirina. 

Efeitos colaterais como prurido, dor de cabeça, náuseas, erupções cutâneas e tontura foram superiores durante as 12 semanas de utilização do telaprevir. Efeitos adversos graves aconteceram em 5% dos pacientes em tratamento com telaprevir. Resultados comparáveis estatisticamente quando do tratamento de pacientes monoinfectados com hepatite C. 

A cura da hepatite C (resposta sustentada seis meses após o final do tratamento) foi obtida por 74% dos pacientes tratados com telaprevir e por 45% dos pacientes tratados somente com interferon peguilado e ribavirina. 

Não foram observados aumentos da carga viral do HIV durante o tratamento com telaprevir e a exposição aos medicamentos anti-retrovirais não foi modificada substancialmente pela exposição ao telaprevir. 

Concluem os pesquisadores que em pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C e co-infectados com HIV-1 que recebem tratamento para hepatite C em terapia tripla com telaprevir os efeitos colaterais e adversos são semelhantes aos observados em pacientes monoinfectados com hepatite C em tratamento com telaprevir. 

MEU COMENTÁRIO 

Importante saber que a cura da hepatite C em co-infectados HIV/HCV foi semelhante às conseguidas no tratamento de pacientes monoinfectados com hepatite C. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Combination Therapy With Telaprevir for Chronic Hepatitis C Virus Genotype 1 Infection in Patients With HIV, A Randomized Trial - Mark S. Sulkowski, MD; Kenneth E. Sherman, MD, PhD; Douglas T. Dieterich, MD; Mohammad Bsharat, PhD; Lisa Mahnke, MD, PhD; Jurgen K. Rockstroh, MD; Shahin Gharakhanian, MD, DPH; Scott McCallister, MD; Joshua Henshaw, PhD; Pierre-Marie Girard, MD, PhD; Bambang Adiwijaya, PhD; Varun Garg, PhD; Raymond A. Rubin, MD; Nathalie Adda, MD; and Vincent Soriano, MD, Ph - Annals of Internal Medicine - Published online 17 May 2013. 


Carlos Varaldo
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FONTE:

Dificuldades para deslanchar o tratamento com boceprevir e telaprevir


27/05/2013 

Dificuldades para deslanchar o tratamento com boceprevir e telaprevir


O protocolo que regulamenta o emprego dos inibidores de proteases e a NOTA TÉCNICA CONJUNTA nº. 01/2013 - DDAHV/SVS/MS e DAF/SCTIE/MS que estabelece o Fluxo para dispensação dos inibidores da protease para tratamento da Hepatite Crônica C no SUS são realmente obras primas maravilhosas na sua intenção, mas a realidade existente na estrutura e carências dos hospitais do sistema público de saúde é bem diferente e conhecida por todos. 

Comprados o telaprevir e o boceprevir no final do ano passado pelo ministério da saúde a maioria dos estados ainda não começou a tratar os pacientes. Aplaudimos a intenção, a compra e a introdução, mas não podemos deixar de denunciar o esdruxulo fluxo e a estrutura existente nos estados e hospitais referenciados. 

Por enquanto os dois estados mais avançados no cumprimento das normas e que estão tratando pacientes com os inibidores de proteases, são Bahia e Paraná, devendo entrar nos próximos dias o Espirito Santo. 

Nos demais estados ou simplesmente ainda não existe tratamento ou somente um percentual muito pequeno dos tratamentos estimados está sendo possível de realizar. 

A promessa de realizar 5.600 tratamentos, realizando pelo menos a metade em 2013 não será possível de cumprir. É possível estimar que com muito esforço e sorte no máximo uns 1.000 tratamentos com os inibidores de proteases estarão iniciando antes do final do ano. 

Diversos problemas impedem cumprir as exigências para tratamento, seja desde a falta de farmácia de medicamentos especializados em cada hospital, a impossibilidade de manter estoque de eritropoetina e filgastrina (que deve ser adquirida pelos estados) em cada hospital reservada exclusivamente para um provável consumo de três meses para cada paciente, a não disponibilidade do sistema Horus para dispensação dos medicamentos, a falta de referencia de dermatologia atendendo nos mesmos dias e horários que o ambulatório de hepatites, ambulatórios incompletos no referente a composição da equipe multidisciplinar, etc. etc. 

Pior ainda, estamos constatando que em alguns estados os hospitais referenciados não oferecem nenhuma vaga para pacientes externos alegando que já estão totalmente lotados com os pacientes próprios. Isso resulta que nesses estados os pacientes de médicos particulares ou de unidades não referenciadas não poderão ser encaminhados aos hospitais referenciados, ficando então sem possibilidade de tratamento com os inibidores de proteases. 

O que se observa é que a realidade não corresponde com o quadro apresentado pelo ministro Padilha na última segunda-feira na Organização Mundial da Saúde: No Brasil, as ações de combate às hepatites virais são integradas às iniciativas antiaids desde 2009. Essa integração permitiu ao país utilizar o conhecimento acumulado para incrementar a resposta às hepatites virais. 

Esse e outros grandes avanços constam da divulgação do Departamento DST/AIDS/Hepatites que se encontra na integra em

http://www.aids.gov.br/noticia/2013/brasil-e-anfitriao-de-reuniao-satelite-sobre-hepatites-virais-na-assembleia-mundial-de- 

Lamentavelmente o discurso oficial é diferente a realidade que vivenciamos no dia-a-dia no sofrimento dos pacientes por atendimento nas hepatites. 

Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_geral/116_port_geral.html

Gaúcho de Passo Fundo - Dos onze jogadores, sobraram três



21/05/2013 


Gaúcho de Passo Fundo

Dos onze jogadores, sobraram três


Por curiosidade abra a foto que se encontra em http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/grafico_hepatiteC_esporte/index.html# 

Depois passe o mouse sobre os jogadores e veja os nomes e os destinos de cada um deles. Também saiba mais sobre a doença que assombrou e vitimou os ex-atletas do futebol gaúcho. 

Isso mostra a vergonha que é continua a ser o Brasil ainda não ter um programa estratégico para enfrentar a hepatite C, continuando a manter a epidemia escondida da população debaixo do cobertor da AIDS. 

Ministro Padilha, está na hora de acordar. Vamos parar de simples promessas que nunca se concretizam. 

Desculpe ser rude, mas compreenda que é impossível ficar sentado aguardando promessas e mais promessas, vendo que desde que a hepatite foi incorporada na AIDS o número de tratamentos na hepatite C continua o mesmo, paralisado em 11.500 a cada ano. Reconheça que foi uma medida que não deu resultado sendo necessário se fazer alguma coisa, ou daqui a pouco, tal qual aconteceu com o time de futebol todos estaremos mortos. 

Carlos Varaldo
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Segue a reportagem: 

Derrotados pelo Vírus


Jornal Zero Hora - Porto Alegre - 19/05/2013
Jones Lopes da Silva
 

Resta ao ex-lateral Luiz Carlos a foto envelhecida, de 1973, como lembrança dos companheiros do Gaúcho, de Passo Fundo, uma força do futebol do Interior nos anos 70. Dos 11 titulares, sobram três vivos: ele e os irmãos Luiz Freire e Zé Augusto. Com exceção do zagueirão Daizon Pontes, vítima de AVC, os outros sete morreram em consequência da hepatite C. O drama é um espelho dos pequenos e médios clubes que compartilhavam seringas para estimulantes injetáveis nos anos 1960, 1970 e 1980.

Muita gente não se salvou. A razão desse drama criado nos vestiários dos clubes pequenos e médios dos anos 1970 são os estimulantes e energéticos aplicados na veia com a antiga seringa de vidro, compartilhada sem a esterilização adequada. Alguém que já estivesse infectado contagiava os colegas. Comum à época, a prática disseminou o vírus da hepatite C e as consequências mais funestas. 

Faltam dados sobre óbitos relacionados à hepatite C no futebol. E sobre o número de ex-atletas vivendo com o vírus. Se há no país entre 2 e 3 milhões de pessoas infectadas (apenas 150 mil diagnosticadas), estima-se, entre elas, dezenas de milhares de ex-profissionais e amadores contaminados. 

- Só não tratei de juiz até hoje - alerta o gastroenterologista e hepatologista Hugo Cheinker. 

O especialista já atendeu em sua clínica em Porto Alegre o equivalente a três a quatro times de futebol, incluindo gente com passagem pela Seleção. 

- Praticamente, quem faz o teste descobre ser portador da hepatite C - conta Cheinker. 

A rigor, quem jogou futebol profissional no largo período entre 1960 e 1980 integra o grupo de risco. Deve realizar o teste específico para hepatite C, o anti-HCV - não é o mesmo exame de sangue de colesterol e glicose no check-up rotineiro. O teste custa cerca de R$ 20 em laboratórios. 

Há uma resistência dos ex-jogadores em procurar ajuda. Preferem evitar a realidade em caso de positivo, embora quanto mais cedo o tratamento se inicia, mais segura é a recuperação. 

Contraída a hepatite aguda, o vírus começa a machucar o fígado e progride sem sintomas durante 20, 30, 40 anos, até provocar cirrose e câncer. Daí porque os contaminados dos anos 1970 ainda lidam com a enfermidade na segunda década dos anos 2000. São pessoas hoje em torno dos 60 anos. 

Um exemplo é Jurandir, ex-Grêmio, que anulou Paulo Roberto Falcão em um Gre-Nal em 1979. Ele foi fazer uma doação de sangue e, dias depois, recebeu uma carta informando sobre sua hepatite C. Ficou apavorado: 

- Àquela época, em 2006, achei que ia morrer. Diziam que esse vírus era como o da aids. 

Casado há 40 anos, Jurandir buscou tratamento. Um ano depois, havia zerado o vírus. Como o antigo jogador do Grêmio, entre 5 e 7 mil pessoas no país deverão ser diagnosticadas em 2013. É muito pouco. Se fosse anos atrás, sete testes a mais teriam salvado a vida do time do Gaúcho. 



FONTE:

http://hepato.com/p_geral/115_port_geral.html

domingo, 19 de maio de 2013

Alimentação - O perigo da frutose industrial utilizada em alimentos preparados


20/05/2013 

Alimentação - O perigo da frutose industrial utilizada em alimentos preparados


Infectados com hepatite possuem maior possibilidade de desenvolver o chamado distúrbio metabólico, provocando depósitos de gordura no fígado (esteatose) e o surgimento do diabetes tipo 2. Já foi demonstrado que alguns alimentos e, especialmente a frutose, são fatores de risco importantes que levam ao distúrbio metabólico e aceleram a progressão da fibrose. 

Pesquisadores observaram 147 pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C para determinar se qualquer frutose era prejudicial, para tal, alguns ingeriam frutas que contém frutose e outros pacientes alimentos adoçados com frutose industrial. Todos eram também controlados por biopsias hepáticas para avaliar o grau de esteatose. A esteatose era considerada grave se mais de 20% das células hepáticas estavam com gordura. 

Fatores antropométricos e metabólicos eram avaliados durante o estudo, como mudanças na circunferência da cintura, a relação entre o diâmetro do quadril e o diâmetro do dorso, o peso do paciente e o índice HOMA para medir a resistência a insulina. 

Os resultados mostram que os pacientes com fibrose grave (F3) apresentavam consumo significativamente maior de frutose industrial, ingerindo refrigerantes, os quais nos Estados Unidos e, em muitos países, são adoçados com frutose industrial por ser um adoçante mais barato que o açúcar. 

Também, a mesma analise encontrou que os pacientes que consumiam alimentos adoçados com frutose industrial apresentavam maior atividade necro inflamatória e esteatose grave. 

Entre os pacientes que ingeriam a mesma quantidade de frutose exclusivamente por meio do consumo de frutas não apresentavam os mesmos níveis elevados de atividade necro inflamatória ou esteatose. 

Concluem os autores que o consumo de alimentos adoçados com frutose industrial é um fator de risco para alterações metabólicas e gravidade da fibrose em pacientes infectados com a hepatite C. 

MEU COMENTÁRIO 

Cientistas usando testes mais recentes de Ressonância Magnética Funcional (fMRI) têm mostrado agora que a frutose industrial, um açúcar encontrado na maioria dos alimentos processados (geralmente na forma de xarope de milho de alta frutose), pode de fato acionar mudanças em seu cérebro que pode levar a excessos e ganho de peso. 

Os pesquisadores descobriram que quando você bebe uma bebida contendo frutose industrial, o cérebro não registra a sensação de estar saciado, como faz quando você consome glicose simples (açúcar). 

Depois de ingerir frutose industrial, 100% devem ser metabolizados pelo fígado, pois outras células do corpo não se alimentam de frutose, já com o açúcar somente 20% é metabolizado no fígado, isso porque cada célula do seu corpo, incluindo o cérebro, utiliza glicose. Portanto, muito do açúcar é "queimado" logo depois de consumi-lo. 

Os ácidos graxos produzidos durante o metabolismo da frutose industrial no fígado acumulam gotículas de gordura no fígado e músculos esqueléticos, causando resistência à insulina e doença hepática gordurosa não alcoólica. A resistência à insulina progride para a síndrome metabólica e diabetes tipo 2. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
INDUSTRIAL, BUT NOT FRUIT FRUCTOSE INTAKE IS INDEPENDENTLY ASSOCIATED WITH SEVERE LIVER FIBROSIS IN GENOTYPE 1 CHRONIC HEPATITIS C PATIENTS - S. Petta, V. Di Marco, F.S. Macaluso, C. Cammà, D. Cabibi, S. Ciminnisi, L. Caracausi, A. Craxì. - EASL 2013 - Abstract 486 


Carlos Varaldo
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FONTE:


http://hepato.com/p_dietas_comidas/103_port_dieta.html

Hepatite C + álcool + tabagismo + obesidade + diabetes = câncer no fígado


20/05/2013 


Hepatite C + álcool + tabagismo + obesidade + diabetes = câncer no fígado


É conhecido que a obesidade, a diabetes, o consumo de álcool e o cigarro influenciam negativamente a progressão do dano hepático nos infectados com hepatite C, mas pouco se sabe sobre se esses fatores estão relacionados ao desenvolvimento do câncer no fígado. 

Pesquisadores, entre os anos de 1990 e 2011, observaram 780 pacientes com câncer de fígado, 542 homens e 238 mulheres com idade média de 67,5 anos, sendo 172 com tumor em estagio 1, 284 com tumor em estagio 2, 237 com tumor em estagio 3 e, 82 com tumor em estagio 4. Pela classificação Child-Pugh, 564 pacientes eram Child-Pugh A, 202 Child-Pugh B e, 14 Child-Pugh C. 

Os quatro fatores de risco para desenvolver câncer no fígado em infectados com hepatite C são os seguintes: 

- Ingerir mais de 50 gr de álcool ao dia;

- Fumar mais de um pacote de cigarros ao dia;

- Obesidade, pessoas com massa corporal - IMC - acima de 30;

- Diabetes


Conheça por que é importante que os infectados com hepatite C aprendam a evitar ou diminuir por conta e responsabilidade própria a possibilidade de desenvolver o temido câncer no fígado. Os números assustam! 

- Se o infectado com hepatite C se encontra em 1 dos fatores o risco de desenvolver câncer no fígado é 1,6 vezes maior em comparação com alguém que está fora dos 4 fatores; 

- Já se o infectado com hepatite C se encontra dentro de 2 dos fatores, o risco de desenvolver câncer no fígado é 2,4 vezes maior em comparação com alguém que está fora dos 4 fatores; 

- O risco é 2,9 vezes maior em comparação com alguém que está fora dos 4 fatores, se o infectado com hepatite C se encontra dentro de 3 fatores. 

- Em pacientes cirróticos Child-Pugh A com estilo de vida que incluem 3 fatores, o risco de desenvolver câncer no fígado é 2,45 vezes maior em comparação com alguém que está fora dos 4 fatores; 

- Em pacientes cirróticos Child-Pugh B ou C com estilo de vida que incluem 3 fatores, o risco de desenvolver câncer no fígado é 3,35 vezes maior em comparação com alguém que está fora dos 4 fatores. 

Concluem os autores que o estilo de vida do infectado com hepatite C está relacionado com o desenvolvimento de câncer de fígado em idade mais jovem naqueles que levam um estilo de vida inadequado. 

MEU COMENTÁRIO 

Os resultados mostram que o infectado com hepatite C que leva um estilo de vida saudável prolonga a expectativa de vida ao diminuir a possibilidade do desenvolvimento do temido câncer no fígado. 

Dos quatro fatores de risco três são perfeitamente evitáveis por ser de responsabilidade e atitude da própria pessoa e, a diabete pode ser controlada com tratamento. 

Sabendo então que beber, fumar, estar obeso e não controlar a diabete pode acelerar a passagem para o mundo celeste você vai continuar insistindo em levar esse estilo de vida? 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
THE INCREASE IN POOR LIFESTYLE FACTORS IS A RISK FOR HEPATOCELLULAR CARCINOMA IN PATIENTS WITH HEPATITIS C VIRUS INFECTION - S. Oeda, Y. Eguchi, T. Kohira, S. Kamachi, N. Furukawa, T. Kuwashiro, S. Nakashita, S. Iwane, Y. Ide, Y. Kawaguchi, T. Noda, I. Ozaki, T. Mizuta, R. Iwakiri, K. Anzai - EASL 2013 - Abstract 664 


Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_cancer/106_port_cancer.html

Comentários do Professor Jürgen K. Rockstroh sobre as apresentações no EASL 2013





20/05/2013 


Comentários do Professor Jürgen K. Rockstroh sobre as apresentações no EASL 2013


O Dr. Jürgen K. Rockstroh professor na Universidade de Bonn, na Alemanha, esteve participando ativamente no congresso europeu de fígado, o EASL 2013 e acaba de fazer um extenso relatório com 30 páginas contendo o que viu de mais importante, do qual faço um resumo sem comentários da minha parte. 




INTRODUÇÃO 

Na sua introdução ele coloca que quando do anuncio do boceprevir e telaprevir no tratamento da hepatite C médicos e pacientes achavam que dois terços de todos os infectados com o genótipo 1 da hepatite C resultariam curados, mas por diversas questões o resultado não corresponde com as promessas entre os pacientes com cirrose, principalmente pela falta de aderência a um tratamento longo, como o grande número de comprimidos a cada dia, necessidades especiais de alimentação para tomar os comprimidos, alta taxa de efeitos adversos e múltiplas interações com outros medicamentos. 

Portanto, após uma euforia inicial para oferecer a terapia tripla para pacientes que haviam esperado muito tempo por opções mais eficazes, muitos médicos e pacientes também parecem agora esperar por outras terapias mais fáceis de tomar e, potencialmente, melhor toleradas e, na melhor das hipóteses, mesmo livres do interferon em um futuro próximo. 

No EASL deste ano, em Amsterdam, com mais de 9.600 delegados foram apresentados os resultados do estudo de fase 3 para uma "segunda onda de inibidores da protease" o faldaprevir e o simeprevir, cada um em combinação com interferon peguilado e ribavirina para tratamento do genótipo 1, bem como os resultados da fase 3 para o inibidor de polimerase sofosbuvir em combinação com interferon peguilado e ribavirina para o tratamento dos genótipos 1, 4, 5 e 6. 

Além disso, foram apresentados resultados da fase 3 do primeiro tratamento livre de interferon, com sofosbuvir e ribavirina, para o tratamento de genótipos 2 e 3. 

Como essas novas drogas foram ou estão prestes a ser apresentadas para licenciamento no FDA pode-se esperar que, pelo menos para os Estados Unidos, a aprovação dessas novos medicamentos possam ser esperados para chegar ao mercado em 2013 ou 2014. 

Portanto, com maior probabilidade de que estas novas drogas chegam ao mercado mais tardar em 18 meses a pergunta que todos fazem é tratar agora ou esperar por melhores opções de tratamento da hepatite C. 

Mas é evidente que há um futuro ainda mais promissor por trás desses novos medicamentos, sugerindo tratamentos livres do interferon, regimes que estarão disponíveis para tratar até os pacientes mais difíceis de resposta e para todos os genótipos nos próximos anos. 

Vários estudos que foram apresentados em EASL permitem ver um vislumbre deste futuro altamente promissor. No entanto, quando colocado o custo potencial das novas drogas e, ainda, qual paciente necessitará de uma combinação de quantos dos novos medicamentos e qual será o tipo de combinação para cada paciente, são perguntas que permanecem sem resposta. 

Com efeito, o elevado número de compostos e de combinações torna cada vez mais difícil seguir todos os estudos. 

PORQUE TRATAR A HEPATITE C? 

O Dr. Rockstroh critica os países que restringem o uso do telaprevir e boceprevir para os pacientes com estágios mais avançados de fibrose, recomendando olhar para o impacto na sobrevida com o tratamento da hepatite C e o beneficio obtido, demonstrando boa relação custo-eficácia na utilização dos inibidores. Dados interessantes de um estudo (Electronically Retrieved Cohort of HCV Infected Veterans - ERCHIVES) avaliou a mortalidade entre veteranos de guerra dos Estados Unidos. 

O resultado é incontestável, pois foram capazes de comparar o impressionante número de 195.585 pacientes com hepatite C com 202.739 veteranos não infectados. 

A taxa de mortalidade entre os infectados com hepatite C foi o dobro que entre nos não infectados, enquanto entre os infectados a taxa de mortalidade era de 43,9 por 1.000 pessoas/ano, entre os não infectados era de 24 por 1.000 pessoas/ano. Os indicadores mais importantes que aumentam a mortalidade foram doença hepática descompensada, anemia, câncer, doença renal crônica. Os resultados mostram mais uma vez a importância de oferecer o tratamento mais efetivo disponível para o tratamento dos infectados com hepatite C. 

EFICÁCIA E SEGURANÇA DO BOCEPREVIR E TELAPREVIR NA REALIDADE CLÍNICA 

O estudo independente CUPIC realizado na França observando o tratamento comparando boceprevir e telaprevir em cirróticos não respondedores a um tratamento anterior com interferon e ribavirina permitiu estudar a eficácia e segurança dos dois novos inibidores da protease numa população de pacientes muito mais fácil de encontrar que a incluída nos ensaios clínicos realizados para aprovação dos medicamentos. A taxa de cura obtida nesse grupo de pacientes, muito difíceis de responder ao tratamento por se tratar de cirróticos não respondedores, foi de 40% com telaprevir e 41% com o boceprevir. 

Conclui que o perfil de segurança dos inibidores conforme o CUPIC é pobre em pacientes cirróticos e está associada com aumento das taxas de interrupção devido a efeitos adversos, recomendando que esse grupo de pacientes receba tratamento em centros experimentados. 

Outro estudo (HCV-TARGET) ainda em andamento nos Estados Unidos e Canadá incluindo 1.097 pacientes em tratamento com telaprevir e 342 com boceprevir mostra que 8% dos pacientes interromperam o tratamento por falha virologica e 9% por efeitos adversos. Na primeira analise provisória, a eficácia e segurança no tratamento com telaprevir e boceprevir na vida real parece ser semelhante a observada nos ensaios clínicos realizados para o registro dos medicamentos. A descompensação hepática aconteceu em 11% dos pacientes com cirrose durante o tratamento, mas felizmente muitos poucos pacientes perderam o tratamento por qualquer tipo de interrupção, sugerindo que está se ganhando experiência e portanto já existe uma melhor e cuidadosa monitorização dos efeitos adversos e da gestão do tratamento. As taxas de respostas são esperadas para serem publicadas nos próximos meses. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Summary from EASL 2013 for Hepatitis C - New HCV DAAs on their way soon: what do the phase III studies tell us? - Jürgen K. Rockstroh M.D., Professor of Medicine University of Bonn, Germany 


Carlos Varaldo
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hepato@hepato.com 


FONTE:

http://hepato.com/p_pesquisas/111_port_pesquisas.html

Hepatite, câncer e mortalidade




20/05/2013 


Hepatite, câncer e mortalidade


No dia 29 de maio acontece o Dia Mundial da Saúde Digestiva, promovido pela Organização Mundial de Gastroenterologia, a qual devido ao aumento anual dos casos de câncer hepático recomenda a necessidade de incentivar o diagnostico com a realização de programas de prevenção, sensibilização, diagnostico precoce e tratamento. 

A Organização Mundial de Gastroenterologia estima que 90% dos casos de câncer de fígado acontecem após o aparecimento da cirrose. Atualmente as hepatites B e C são responsáveis pela maioria dos casos de cirrose, ultrapassando os casos de cirrose causada pelo excesso de ingestão de álcool. 

O câncer de fígado já é e o quinto tipo de tumor que mais frequentemente se diagnostica em homens a nível mundial, sendo o segundo tipo de câncer em mortalidade. Entre mulheres é o sétimo mais diagnosticado e o sexto em causa de morte. 

É atribuído que os casos de câncer de fígado e a mortalidade estão aumentando devido a falta de campanhas que diagnostiquem os infectados com as hepatites B e C, duas doenças que se tratadas possuem cura, evitando a progressão para a cirrose, o câncer e em conseqüência a morte. Aproximadamente cinco milhões de brasileiros podem estar infectados com as hepatites B e C, porém menos de 10% sabem da sua condição. 

Desconhecendo a infecção e não recebendo tratamento, um de cada quatro infectados desenvolverá cirrose. O CDC - Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos - informa que os infectados com as hepatites B e C que por falta de diagnostico no recebem tratamento e em consequência evoluem para a cirrose, perdem 17 anos de vida, morrendo com idade entre 56 e 57 anos. 

Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_cancer/105_port_cancer.html

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Formada a primeira ONG







Formada a primeira ONG das Comunidades Indígenas nas hepatites


No dia 6 de maio, em Manaus, foi assinado o protocolo para formação da ONG "Yura-NÁ - Liga amazonense de apoio ao portador de hepatite e controle social", uma ONG com o objetivo de garantir e incentivar o controle social das ações de saúde dos povos indígenas do Amazonas.

YURA-NÁ significa na língua indígena Marubo "pertence aos índios". A ONG será constituída, a priori, somente por índios de diferentes etnias, mas o objetivo é o de fortalecimento do controle social na atenção de saúde e a qualidade do sistema para toda a sociedade, independente de pertencerem a alguma etnia indígena ou não.

A luta da YURA-NÁ estará centrada no combate a epidemia de hepatites que está dizimando os índios da região do Vale do Javari, por tal motivo a YURA-NÁ está sendo apadrinhada pelo Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C, pela ONG C Tem Que Saber C Tem que Curar e, pela ABPH - ABPH - Associação Brasileira de Portadores de Hepatite, três das ONGs mais atuantes do Brasil na luta por ações nas hepatites.

A YURA-NÁ passa a ser a mais nova integrante da "AIGA - Aliança Brasileira pelos Direitos Humanos e o Controle Social nas Hepatites", passando a fazer parte do seleto grupo de associações que realmente fazem, com independência, a diferença nas hepatites.

As primeiras ações estão previstas para o mês de julho com apoio de prefeituras e universidades, em Tabatinga, região da Amazonas que faz fronteira com Colômbia e Peru.

A coordenação da "Yura-NÁ" será da liderança indígena Eliésio Marubo.

O registro da cerimonia de assinatura pode ser visto em http://www.aigabrasil.org/yura-na-06-05-2013-manaus.jpg



Cristo Redentor ficará colorido para campanha de conscientização da hepatite C no dia 19 de maio


O Cristo Redentor no Rio de Janeiro ganhará iluminações coloridas durante o mês de maio. A Arquidiocese do Rio de Janeiro programou para o dia 19 deste mês a iluminação do monumento com 300 projetores do tipo LED para apoiar campanhas de prevenção à saúde.

Por iniciativa do movimento social, tal qual conseguimos nos últimos dois anos, as cores amarela e vermelha que apoiam a Campanha de Prevenção da Hepatite C estarão iluminando o Cristo Redentor no dia 19 de maio.

Veja o Cristo Redentor iluminado em 2012 em http://www.hepato.com/images/cristo-amarel-vermelho.jpg

Carlos Varaldo
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domingo, 12 de maio de 2013

Vitamina B9

26/01/2010



Porque alguns pacientes em tratamento da hepatite C tomam acido fólico?


No tratamento da hepatite C a ribavirina causa anemia. Tratasse de uma anemia hemolítica, muito diferente da tradicional e conhecida anemia por falta de ferro. A utilização de suplementos de ferro de nada serve para combater a anemia causada pela ribavirina, pelo contrario, pode ser contraproducente. Mas muitos médicos recomendam a seus pacientes a utilização do acido fólico, o qual em alguns casos parece conseguir com que a anemia demore mais em aparecer e, também, em reduzir o grau de anemia e atuar melhorando distúrbios estomacais produzidos pela ribavirina. 

O acido fólico, também conhecido por vitamina B9, foi descoberto na década de 40 na folha do espinafre, mas somente nos anos 70 foi comprovada a sua capacidade de melhorar numerosos processos metabólicos e psíquicos. Até então, seu efeito mais conhecido era, junto com a vitamina B12, na renovação dos glóbulos vermelhos do sangue. É por isso que sua falta está relacionada à anemia. 

As principais fontes naturais de acido fólico são encontradas no espinafre, nos vegetais de folhas verdes, no fígado de boi e frango, na levadura de cerveja, na cenoura e na gema de ovo. É encontrado em cápsulas, mas deve ser ingerido com moderação, respeitando a dosagem diária indicada pelo médico, pois em excesso interfere na ação farmacológica de drogas anticonvulsivas. 

O transtorno mais freqüente da carência de acido fólico no organismo e a anemia macrocítica o megaloblástica que produz alterações psiquiátricas, perda de memória e até demência. Quando acontece pela ação de medicamentos aparecem alterações digestivas, na pele e no sangue. 

A dosagem de acido fólico recomendada para pessoas adultas e de 200 mcg ao dia, mas em mulheres grávidas ou em pessoas em tratamento de doenças que provocam anemia a dosagem e de 400 mcg ao dia. 

O acido fólico (vitamina B9) por se tratar de uma vitamina e de venda livre, mas não por isso deve ser ingerido sem comentar seu uso com o médico que está tratando a hepatite C. Lembre de sempre comunicar todo e qualquer suplemento vitamínico, mineral, nutricional, chás, etc. que você esteja fazendo uso. 

Carlos Varaldo
Grupo Otimismo





http://hepato.com/p_ribavirina/acido_folico_20100_01_26.html

ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS EM PORTADORES DE HEPATITE C




ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS EM PORTADORES DE HEPATITE C



Clara Noha Nascimento Dutra1 e Cristiana Basso2



INTRODUÇÃO
A doença hepática crônica resulta em grande impacto nutricional, independente de sua etiologia, pelo fato do fígado responsabilizar-se por inúmeras vias bioquímicas na produção, modi¿cação e utilização de nutrientes e de outras substâncias metabolicamente importantes.

[...] 


FONTE:



http://sites.unifra.br/Portals/36/CSAUDE/2006/alteracoes.pdf

A demanda de transplantes de fígado por culpa da hepatite C vai diminuir - A notícia é boa ou é ruim?




13/05/2013 

A demanda de transplantes de fígado por culpa da hepatite C vai diminuir - A notícia é boa ou é ruim?


Artigo publicado na revista "Liver Transplantation" parece a primeira vista ser uma excelente noticia, mas o motivo pelo qual a demanda por transplantes de fígado ocasionados pela hepatite C vai diminuir é trágica, muito ruim, uma verdadeira vergonha para os sistemas de saúde. 

Começam os autores com a comprovação que a infecção com a hepatite C é a causa mais comum de doença hepática que exige a realização de transplantes de fígado. Conforme a publicação, de forma otimista, entre 10% e 20% dos infectados desenvolverão cirrose e até 5% estarão desenvolvendo câncer de fígado. Outra evidencia da analise mostra que entre os cirróticos até 47% poderão chegar a desenvolver o câncer no fígado. 

Estudos mostram que o pico das infecções por hepatite C é maior entre os nascidos entre os anos de 1940 e 1965, que tinham entre 20 e 30 anos de idade quando o risco de infecção era mais elevado. Como a população envelhece diversos estudos mostram que pela evolução natural da doença o pico de pacientes com cirrose começou a acontecer no ano 2000 e continuará até o ano 2030. 

As previsões das complicações da hepatite C impulsionaram ao autores a realizar a pesquisa para determinar a tendência na demanda de transplantes de fígado, identificando todos os adultos candidatos a transplante dos Estados Unidos que foram registrados no sistema entre os anos de 1995 e 2010. Os pacientes foram classificados em dois grupos, os infectados com hepatite C e os que necessitavam do transplante por outras causas. 

Os resultados mostram que os infectados com hepatite C que com maior freqüência eram encaminhados ao transplante se situavam, em ordem decrescente, nos grupos das faixas de idade entre os nascidos entre 1951-1955, 1956-1960, 1946-1950 e 1941-1945. Estes quatro grupos de natalidade representam 81% de todos os novos inscritos para transplante de fígado por causa da hepatite C nos últimos 15 anos. 

Além disso, os resultados indicam que, entre 2000 e 2010 houve um aumento de quatro vezes em novos candidatos a transplante com hepatite C e câncer de fígado nos grupos dos nascidos entre os anos de 1941-1960. Os autores estimam com os resultados que nos próximos anos aumentará a necessidade de transplantes para pacientes com mais de 60 anos de idade e câncer de fígado ocasionado pela hepatite C. 

Concluem os autores que ao longo da próxima década com o envelhecimento das pessoas infectadas com hepatite C que necessitem de um novo fígado terá idade superior aos 60 anos e muitos estarão com câncer de fígado e, como consequência muitos desses pacientes não estarão suficientemente saudáveis para poder se submeter ao transplante, motivo que ocasionará uma diminuição na procura por transplantes ocasionados pela hepatite C. 

MEU COMENTÁRIO 

Parece cômico se não fosse trágico, mas a falta de campanhas de informação, de diagnostico, a falta da oferta de tratamentos e o fato de querer esconder a hepatite C abaixo do cobertor dos programas de AIDS está levando um grande número dos infectados com hepatite C a um trágico fim, a uma morte anunciada, quando nem sequer com um transplante de fígado será possível poder sobreviver. 

Admitir que os transplantes de fígado irão diminuir porque os pacientes já não possuem condições de saúde para se submeter a cirurgia, tendo chegado a tal situação por falta de ações da saúde publica, é um tapa na cara nos responsáveis pelo enfrentamento da epidemia de hepatite C que somente realizaram promessas e mais promessas mas não conseguiram mostrar resultados, condenando dessa forma milhares de infectados a morte. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
- Projected future increase in aging hepatitis C virus-infected liver transplant candidates: A potential effect of hepatocellular carcinoma - Scott W. Biggins1, Kiran M. Bambha,Norah A. Terrault, John Inadomi,Stephen Shiboski, Jennifer L. Dodge,Jane Gralla, Hugo R. Rosen, John P. Robert - Liver Transplantation - Volume 18, Issue 12, pages 1471-1478, December 2012
- O estudo foi financiado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Recursos, o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais, e da Agência de Investigação de Saúde e Qualidade dos Estados Unidos. 


Carlos Varaldo
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hepato@hepato.com 

FONTE:

http://hepato.com/p_transplante/101_port_transplante.html

Progressão da fibrose moderada em infectados com hepatite C em longo período de tempo - EASL 2013





13/05/2013 

Progressão da fibrose moderada em infectados com hepatite C em longo período de tempo - EASL 2013


Devido a que a hepatite C é uma doença descoberta há somente 23 anos ainda pouco se conhece sobre o impacto do tratamento quando realizado nas fases iniciais, quando o grau de fibrose é igual ou menor a F2. 

Para avaliar o efeito do tratamento com interferon e ribavirina no longo prazo em pacientes que ao receber ao tratamento apresentavam fibrose leve ou moderada foram incluídos no estudo pacientes tratados entre os anos de 1990 e 2005. Em todos os casos uma segunda biopsia foi realizada em um período mínimo de cinco anos (média de 9,3 anos entre as biopsias no total dos pacientes). Para evitar distorções todas as biopsias foram avaliadas por um único patologista que desconhecia resultados de exames de laboratórios dos pacientes. 

Dos 105 pacientes incluídos no estudo 43,6% estava infectado com o genótipo 1 e 72,4% apresentavam antes do tratamento uma fibrose F0 ou F1 e 27,6% fibrose F2. No final do acompanhamento após o tratamento antiviral, em média 9,3 anos após o tratamento, uma nova biopsia mostrou que os pacientes com fibrose F0 ou F1 representavam 69,5%, com fibrose F2 14,29% e com fibrose F3 ou F4 16,2%. Com o tratamento 54,3% dos pacientes tinham conseguido a cura (resposta sustentada). 

Durante todo o acompanhamento dos pacientes 5,3% dos pacientes que resultaram curados apresentaram progressão da fibrose, contra 50% dos pacientes que não obtiveram sucesso no tratamento. 

A fibrose melhorou em 43,9% dos pacientes curados com o tratamento e somente em 14.6% dos que não obtiveram a cura com o tratamento. 

Entre os não respondedores ao tratamento 4,8% desenvolveu cirrose e três deles o câncer no fígado. 

Entre os não respondedores a progressão da fibrose foi mais acelerada nos pacientes com idade acima de 50 anos e que apresentavam um número menor de plaquetas antes do tratamento (menos de 200). 

Concluem os pesquisadores que a fibrose melhora significativamente nos pacientes que conseguem curar a hepatite C e que nos pacientes mais velhos devem ser tentadas as novas terapias, pois são eles os que evoluem de forma mais acelerada no dano hepático. 

MEU COMENTÁRIO
 

Fica mais uma vez comprovado que aguardar o agravamento da doença para realizar o tratamento é ruim para o paciente e para o sistema de saúde. A maior idade e a maior grau de fibrose diminuem as possibilidades de sucesso com o tratamento e se acelera a progressão do dano hepático, então aguardar piorar é um conceito ultrapassado que já deveria estar enterrado. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
LONG-TERM EVOLUTION OF LIVER FIBROSIS IN MILD-MODERATE CHRONIC HEPATITIS C: STUDY WITH PAIRED BIOPSIES - N. Cañete, M. García, I. Ojanguren, I. Cirera, M. Garcia-Retortillo, J.A. Carrión, M. Puigvehí, M.D. Giménez, C. Márquez, S. Coll, F. Bory, R. Sola - EASL 2013 - Abstract 801 


Carlos Varaldo
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hepato@hepato.com 


FONTE:

http://hepato.com/p_fibroses/101_port_fibroses.html