02/05/2013
Novos dados terapêuticos para curar a hepatite B apresentados no EASL 2013
A hepatite B é a causa mais comum de hepatite viral no mundo, atingindo na sua forma crônica 350 milhões de pessoas, o dobro dos infectados com hepatite C e quase oito vezes o numero de infectados com AIDS.
A hepatite B possui atualmente para seu tratamento uma serie de medicamentos altamente efetivos para o controle da infecção e na prevenção dos danos que causa a sua progressão, tratamento que quando iniciado não se pode estimar quando acaba, podendo até ser necessário tomar medicamentos pelo restante da vida do paciente, por isso ainda não é possível afirmar que eles realmente consigam curar definitivamente a doença.
O problema enfrentado no tratamento da hepatite B é um genoma viral estável, um DNA circular fechado chamado de "cccDNA" e que pode persistir por toda a vida útil do hepatócito. É nesse cccDNA que os pesquisadores encontram o maior desafio para conseguir drogas para curar definitivamente a hepatite B.
Os medicamentos atuais induzem uma forte redução da replicação viral e dos níveis de cccDNA, mas não conseguem a total erradicação do cccDNA. Ao interromper o tratamento antiviral, a infecção do vírus da hepatite B pode aparecer novamente.
Dados preliminares apresentados no EASL 2013 mostram novas abordagens terapêuticas que poderão ser aplicadas com sucesso para atingir o cccDNA sendo uma promessa, em longo prazo, de se encontrar a cura definitiva.
É difícil explicar o que é o vírus da hepatite B (muito mais complexo e desconhecido que o da hepatite C). Por ser o cccDNA organizado em mini cromossomas dentro do núcleo das células infectadas o entendimento de como funciona ainda não é totalmente conhecido.
Três estudos experimentais apresentados no EASL 2013 mostraram abordagens terapêuticas que podem no futuro oferecer um real potencial de cura da hepatite B.
Um dos estudos realizados em camundongos infectados com hepatócitos humanos da hepatite B (PROLIFERATION OF HEPATITIS B VIRUS INFECTED HUMAN HEPATOCYTES INDUCES SUPPRESSION OF VIRAL REPLICATION AND RAPID CCCDNA DECREASE IN HUMANIZED MICE - L. Allweiss, T. Volz, K. Giersch, A.W. Lohse, J. Petersen, M. L utgehetmann, M. Dandri - EASL 2013 - Oral presentation 127) conseguiu uma real redução da replicação viral e dos níveis do cccDNA, com rápida formação de cccDNA livre de hepatócitos do vírus.
Outro estudo apontou para a metilação ou acetilação das proteínas que regulam a replicação do vírus, utilizando uma combinação de inibidores específicos para essas proteínas (SUPPRESSION OF HEPATITIS B VIRUS (HBV) TRANSCRIPTION AND REPLICATION BY SMALL MOLECULES THAT TARGET THE EPIGENETIC CONTROL OF NUCLEAR cccDNA MINICHROMOSOME - G.A. Palumbo, L. Belloni, S. Valente, D. Rotili, N. Pediconi, A. Mai, M. Levrero - Oral presentation 56 - EASL 2013). A inibição combinada das proteínas obteve uma supressão importante dos níveis do cccDNA semelhante ao que acontece quando o tratamento da hepatite B é realizado com interferon, podendo então levar ao persistente desaparecimento do cccDNA.
Finalmente foi apresentado um estudo pelo qual um receptor para o qual não encontrei uma tradução e em inglês é "lymphtoxin beta receptor (LTbR)" representa uma nova abordagem terapêutica alternativa para curar a hepatite B. Os pesquisadores (LYMPHOTOXIN beta RECEPTOR ACTIVATION LEADS TO DEGRADATION OF HBV cccDNA FROM INFECTED HEPATOCYTES - J. Lucifora, F. Reisinger, Y. Xia, R. Bester, K. Zhang, M. Sprinzl, U. Protzer, M. Heikenwalder. - Oral presentation 59 - EASL 2013) conseguiram em vitro que a estimulação desse receptor fornece um mecanismo permanente e eficaz para alcançar eliminar o cccDNA
MEUS COMENTÁRIOS E DESCULPAS
O panorama futuro promete ser promissor no tratamento da hepatite B devido ao encaminhamento das pesquisas, todas elas focando em formas de eliminar totalmente o bendito cccDNA, mas peço desculpas nas explicações reconhecendo que é muito difícil para pacientes e para muitos profissionais da saúde entender o mecanismo da atuação do vírus da hepatite B e tentar explicar de forma simples, sem termos científicos como o vírus se reproduz e como atuam os medicamentos.
Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com
FONTE:
A hepatite B é a causa mais comum de hepatite viral no mundo, atingindo na sua forma crônica 350 milhões de pessoas, o dobro dos infectados com hepatite C e quase oito vezes o numero de infectados com AIDS.
A hepatite B possui atualmente para seu tratamento uma serie de medicamentos altamente efetivos para o controle da infecção e na prevenção dos danos que causa a sua progressão, tratamento que quando iniciado não se pode estimar quando acaba, podendo até ser necessário tomar medicamentos pelo restante da vida do paciente, por isso ainda não é possível afirmar que eles realmente consigam curar definitivamente a doença.
O problema enfrentado no tratamento da hepatite B é um genoma viral estável, um DNA circular fechado chamado de "cccDNA" e que pode persistir por toda a vida útil do hepatócito. É nesse cccDNA que os pesquisadores encontram o maior desafio para conseguir drogas para curar definitivamente a hepatite B.
Os medicamentos atuais induzem uma forte redução da replicação viral e dos níveis de cccDNA, mas não conseguem a total erradicação do cccDNA. Ao interromper o tratamento antiviral, a infecção do vírus da hepatite B pode aparecer novamente.
Dados preliminares apresentados no EASL 2013 mostram novas abordagens terapêuticas que poderão ser aplicadas com sucesso para atingir o cccDNA sendo uma promessa, em longo prazo, de se encontrar a cura definitiva.
É difícil explicar o que é o vírus da hepatite B (muito mais complexo e desconhecido que o da hepatite C). Por ser o cccDNA organizado em mini cromossomas dentro do núcleo das células infectadas o entendimento de como funciona ainda não é totalmente conhecido.
Três estudos experimentais apresentados no EASL 2013 mostraram abordagens terapêuticas que podem no futuro oferecer um real potencial de cura da hepatite B.
Um dos estudos realizados em camundongos infectados com hepatócitos humanos da hepatite B (PROLIFERATION OF HEPATITIS B VIRUS INFECTED HUMAN HEPATOCYTES INDUCES SUPPRESSION OF VIRAL REPLICATION AND RAPID CCCDNA DECREASE IN HUMANIZED MICE - L. Allweiss, T. Volz, K. Giersch, A.W. Lohse, J. Petersen, M. L utgehetmann, M. Dandri - EASL 2013 - Oral presentation 127) conseguiu uma real redução da replicação viral e dos níveis do cccDNA, com rápida formação de cccDNA livre de hepatócitos do vírus.
Outro estudo apontou para a metilação ou acetilação das proteínas que regulam a replicação do vírus, utilizando uma combinação de inibidores específicos para essas proteínas (SUPPRESSION OF HEPATITIS B VIRUS (HBV) TRANSCRIPTION AND REPLICATION BY SMALL MOLECULES THAT TARGET THE EPIGENETIC CONTROL OF NUCLEAR cccDNA MINICHROMOSOME - G.A. Palumbo, L. Belloni, S. Valente, D. Rotili, N. Pediconi, A. Mai, M. Levrero - Oral presentation 56 - EASL 2013). A inibição combinada das proteínas obteve uma supressão importante dos níveis do cccDNA semelhante ao que acontece quando o tratamento da hepatite B é realizado com interferon, podendo então levar ao persistente desaparecimento do cccDNA.
Finalmente foi apresentado um estudo pelo qual um receptor para o qual não encontrei uma tradução e em inglês é "lymphtoxin beta receptor (LTbR)" representa uma nova abordagem terapêutica alternativa para curar a hepatite B. Os pesquisadores (LYMPHOTOXIN beta RECEPTOR ACTIVATION LEADS TO DEGRADATION OF HBV cccDNA FROM INFECTED HEPATOCYTES - J. Lucifora, F. Reisinger, Y. Xia, R. Bester, K. Zhang, M. Sprinzl, U. Protzer, M. Heikenwalder. - Oral presentation 59 - EASL 2013) conseguiram em vitro que a estimulação desse receptor fornece um mecanismo permanente e eficaz para alcançar eliminar o cccDNA
MEUS COMENTÁRIOS E DESCULPAS
O panorama futuro promete ser promissor no tratamento da hepatite B devido ao encaminhamento das pesquisas, todas elas focando em formas de eliminar totalmente o bendito cccDNA, mas peço desculpas nas explicações reconhecendo que é muito difícil para pacientes e para muitos profissionais da saúde entender o mecanismo da atuação do vírus da hepatite B e tentar explicar de forma simples, sem termos científicos como o vírus se reproduz e como atuam os medicamentos.
Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com
FONTE:
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