segunda-feira, 22 de abril de 2013

Efeitos adversos graves durante o tratamento da hepatite C em pacientes cirróticos


22/04/2013 


Efeitos adversos graves durante o tratamento da hepatite C em pacientes cirróticos


Uma revisão de todos os artigos publicados até o ano de 2011 nas revistas PubMed, Medline, Lilacs, Scopus, Ovid, EMBASE, Cochrane e Medscap com dados de pacientes cirróticos em tratamento da hepatite C com interferon peguilado e ribavirina permitiu conhecer os principais efeitos adversos graves que podem acontecer em infectados com os genotipos 1 e 4 em tratamento de 48 semanas e os infectados com os genotipos 2 e 3 em tratamento de 24 semanas. 

Na pesquisa da literatura foram incluídos 17 artigos incluindo no total 1.133 pacientes. O tratamento é interrompido por efeitos adversos graves em 14,5% dos pacientes. 

Considerando somente os pacientes cirróticos que interromperam o tratamento, as causas foram as seguintes: 

- 23,2% das interrupções aconteceram por culpa de trombocitopenia grave e ou neutropenia. (Trombocitopenia é a redução do número de plaquetas e Neutropenia é a diminuição no número de neutrofilos, que quando inferior a 1.500/mm³ coloca o paciente em perigo de contrair infecções). 

- 15,5% das interrupções aconteceram por transtornos psiquiátricos. 

- 12,1% das interrupções foram ocasionadas por descompensação da cirrose. 

- 11,2% das interrupções aconteceram por quadros graves de anemia. 

Uma analise geral mostra que 11,4% dos pacientes com cirrose Child-Pugh classe A interromperam o tratamento, contra 22% de cirróticos com Child-Pugh classes B ou C. 

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes no percentual de interrupções em relação ao tipo de interferon peguilado utilizado, PegIFN alfa 2ª (14,2%) e aqueles tratados com PegIFN alfa 2b (13,7%). 

A resposta sustentada, considerada a cura da hepatite C, foi obtida no total por 37% dos pacientes cirróticos tratados, mas entre os infectados com os genotipos 2 e 3 a cura aconteceu em 56,5% dos pacientes e, nos infectados com os genotipos 1 e 4 a cura foi menor, de 20,5%. 

MEU COMENTÁRIO 

Fica comprovado que aguardar o agravamento do infectado para realizar o tratamento da hepatite C é uma das piores decisões que podem ser tomadas. 

Quando se comprova que um infectado com o genótipo 1 com cirrose tem somente 20,5% de possibilidade de cura se tratado com interferon peguilado e ribavirina e comparamos essa possibilidade com alguém que se encontra com fibrose F2, quando a possibilidade de cura é de aproximadamente 43% com o mesmo tratamento, não consigo entender porque aguardar para indicar o tratamento. 

Inclusive para o sistema publico de saúde o custo de tratar um cirrótico é maior pelas complicações que a evolução da doença ocasiona, com maior número de consultas, exames e internações e, em relação a fármaco economia com o gasto do tratamento somente se consegue curar a metade dos pacientes. Lamentavelmente o governo acha que somente deve oferecer tratamentos aos casos mais avançados da doença. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Severe adverse events during antiviral therapy in hepatitis C virus cirrhotic patients: A systematic review - Simona Bota, Ioan Sporea, Roxana ?irli, Alina Popescu, Adriana Maria Neghin?, Mirela D?nil? and Mihnea Str?in - World J Hepatol. 2013 March 27; 5(3): 120-126. 


Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com 



FONTE:
http://hepato.com/p_cirroses/101_port_cirrose.html

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