domingo, 18 de agosto de 2013

Curiosidades que acontecem durante o tratamento da hepatite C



19/08/2013

Curiosidades que acontecem durante o tratamento da hepatite C


Um dos efeitos mais comuns durante o tratamento da hepatite C com interferon é a sensação de um estado febril permanente nos pacientes.

Pesquisadores encontraram que um aumento da temperatura do corpo entre 0,4º e 2º centigrados após a aplicação do interferon, atingindo seu pico máximo 12 horas após a aplicação é um sinal do efeito que o interferon está produzindo no organismo.

A pesquisa foi realizada com 60 infectados, incluindo todos os genotipos, tratados com interferon peguilado alfa 2-a (Pegasys) e ribavirina. A temperatura era medida três vezes ao dia nas primeiras 24 horas após a aplicação do interferon. Diversos exames de sangue eram realizados para controlar a cinética de resposta ao interferon e comparados os resultados com os poliformismos (IL28B), exames esses que não comentaremos devido a sua complexidade científica.

Concluem os pesquisadores que o aumento da temperatura após a aplicação do interferon está intimamente ligado com a resposta virológica.

MEU COMENTÁRIO

Não é de estranhar tal fenômeno já que se quando um vírus ocasiona uma gripe o organismo se defende aumentando a temperatura do corpo, também, já é conhecido que quando os indivíduos que nas primeiras semanas após a contaminação com a hepatite C apresentam sintomas, como cansaço, sensação gripal e olhos amarelos, são os que possuem maior possibilidade de eliminar o vírus espontaneamente, ficando curados, fato que acontece em aproximadamente 15% dos infectados.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Temperature Rise After Peginterferon Alfa-2a Injection in Patients with Chronic Hepatitis C is Associated with Virological Response and is Modulated by IL28B Genotype - Han H, Noureddin M, Witthaus M, Park YJ, Hoofnagle JH, Jake Liang T, Rotman Y. - J Hepatol. 2013 Jul 10. pii: S0168-8278(13)00451-0. doi: 10.1016/j.jhep.2013.07.004. 


Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_resposta_ao_tratamento/115_port_resposta.html

A cada dia estamos mais perto de tratamentos da hepatite C sem necessidade do interferon


19/08/2013 

A cada dia estamos mais perto de tratamentos da hepatite C sem necessidade do interferon


Uma publicação no "The New England Journal of Medicine" mostra que o tratamento da hepatite C no futuro não utilizará interferon, mas ainda não estamos lá quando falamos no tratamento do genótipo 1. Apesar de resultados promissores que mostram maiores possibilidades de cura, as taxas de respostas no genótipo 1 ainda não são as desejadas. 

Brevemente o tratamento do genótipo 2 sem interferon com excelente possibilidade de cura será realidade e, provavelmente também no tratamento do genótipo 3. No tratamento do genótipo 1 os tratamentos serão mais toleráveis, de menor duração, mas ainda deverão incluir o interferon para se obter uma maior eficácia. 

O ensaio clínico "SOUND-C2" de fase 2b incluindo 362 infectados com o genótipo 1 da hepatite C utilizou em regime oral, sem utilização do interferon, o Faldaprevir (um inibidor da proteases do vírus) uma vez ao dia combinando com o Deleobuvir (BI 207127 - um inibidor da polimerase do vírus) duas ou três vezes ao dia, dividindo os pacientes em grupos que recebiam dosagens diferentes e ainda, alguns recebiam também, ou não, ribavirina. 

O grupo de pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C que recebeu 16 semanas de tratamento obteve resposta sustentada de 59% na semana 12 após o final do tratamento, o que pode ser considerada a cura se o vírus não recidivar antes da semana 24. O grupo de pacientes que recebeu 28 semanas de tratamento obteve 69% de indetectáveis na semana 12 após o tratamento. 

A ribavirina foi necessária, pois o grupo que realizou o mesmo tratamento sem ribavirina obteve somente 39% de possibilidades de cura. 

Os infectados com o genótipo 1 sub-tipo 1b obtiveram possibilidade de cura 100% maior que os infectados com o sub-tipo 1a. 

Dependendo do grupo de tratamento foram observadas taxas de interrupção do tratamento variando entre 5% e 25%. Os efeitos adversos mais comuns foram erupção cutânea, foto sensibilidade, náusea, vomito e diarréia. 

MEU COMENTÁRIO 

Os resultados devem ser observados com cautela, pois todos os pacientes eram brancos e não teve um grupo controle tratando pacientes com interferon e ribavirina, assim, os resultados obtidos podem não se repetir na população em geral. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Faldaprevir and Deleobuvir for HCV Genotype 1 Infection - Stefan Zeuzem, M.D., Vincent Soriano, M.D., Ph.D., Tarik Asselah, M.D., Ph.D., Jean-Pierre Bronowicki, M.D., Ph.D., Ansgar W. Lohse, M.D., Beat M llhaupt, M.D., Marcus Schuchmann, M.D., Marc Bourli re, M.D., Maria Buti, M.D., Stuart K. Roberts, M.D., Ed J. Gane, M.D., Jerry O. Stern, M.D., Richard Vinisko, M.A., George Kukolj, Ph.D., John-Paul Gallivan, Ph.D., Wulf-Otto B cher, M.D., and Federico J. Mensa, M.D. - N Engl J Med 2013; 369:630-639 


Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_pesquisas/115_port_pesquisas.html

Dieta para pacientes com cirrose e encefalopatia



19/08/2013

Dieta para pacientes com cirrose e encefalopatia


A "Sociedade Internacional para a Encefalopatia Hepática e Metabolismo do Nitrogênio" elaborou o consenso de recomendações nutricionais, informando que os pacientes com encefalopatia hepática devem seguir a mesma dieta indicada aos pacientes com cirrose sem eventos de encefalopatia.

Em principio as recomendações especificas foram divididas nas mais fortes, com maiores evidencias científicas e nas de menor certeza por que as evidencias são moderadas.

Recomendações mais fortes, com evidencias comprovadas:

- Todos os pacientes devem ser submetidos a uma avaliação nutricional inicial como parte do acompanhamento por parte do médico. (Os autores reconheceram que não existem atualmente ferramentas clinicamente práticas, bem validadas para avaliar nutrição).

- A ingestão da energia diária ideal deve ser de 35 a 40 calorias por kg de peso corporal do paciente.

- A ingestão de proteína diária ideal deve ser 1,2 a 1,5 gramas por kg de peso corporal do paciente.

- Pequenas refeições devem ser uniformemente distribuídas ao longo do dia e um lanche ao final do dia, de noite, de carboidratos complexos é ideal, ajudando a minimizar a utilização da proteína.

- A hiponatremia pode piorar a encefalopatia devendo sempre ser corrigida lentamente. (hiponatremia : desequilíbrio da concentração de sódio, correspondendo a taxas menores que 155 milimoles por litro).

Recomendações com menos certezas, mas com evidências moderada:

- Incentivar diariamente uma dieta rica em vegetais e proteínas.

- Suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada pode permitir a entrada de nitrogênio recomendada para ser mantida em pacientes intolerantes a proteína dietética.

- Um curso de duas semanas de um multivitamínico poderia ser justificado em pacientes com cirrose descompensada internados.

- Incentivar uma dieta contendo de 25 a 45 g de fibra por dia, mas a utilidade dos probióticos é, ainda, pouco clara.

- Evitar o tratamento em longo prazo com formulações nutricionais contendo manganês.

Concluem as recomendações que o manejo eficaz dos pacientes com cirrose e encefalopatia requer uma abordagem multidimensional integrada. No entanto, mais pesquisas são necessárias para preencher as lacunas, na base de evidências atuais para aperfeiçoar o manejo nutricional de pacientes com cirrose e encefalopatia hepática.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
The nutritional management of hepatic encephalopathy in patients with cirrhosis: International society for hepatic encephalopathy and nitrogen metabolism consensus - Amodio P, Bemeur C, Butterworth R, Cordoba J, Kato A, Montagnese S, Uribe M, Vilstrup H, Morgan MY. - Hepatology. 2013 Jul;58(1):325-36. doi: 10.1002/hep.26370. 


Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_cirroses/104_port_cirrose.html

Protocolada no MPF solicitação de Ação Civil Pública - Tratamento com boceprevir e telaprevir

16/08/2013


Protocolada no MPF solicitação de Ação Civil Pública - Tratamento com boceprevir e telaprevir


Foi protocolada no Ministério Público Federal a solicitação para abertura de Ação Civil Pública com o objetivo de identificar os responsáveis pela falta de indicação de tratamento da hepatite C com os inibidores de proteases boceprevir e telaprevir nos hospitais federais e estaduais do estado do Rio de Janeiro.

Com medicamentos disponíveis desde fevereiro é inconcebível que pacientes em avançado estado de cirrose ainda não tenham iniciado o tratamento que pode ser a última opção para salvar a vida.

Solicitamos que seja intimado do Secretario Estadual da Saúde, Dr. Sergio Cortes, para dar explicações, entre outros, sobre os seguintes pontos:

- Quem foi o responsável por informar falsamente ao Ministério da Saúde no mês de fevereiro que o Rio de Janeiro possuía 11 hospitais que cumpriam todas as exigências constantes do Protocolo de tratamento com os inibidores de proteases. Até o momento, passados mais de seis meses, a maioria desses hospitais não está em condições mínimas de cumprir o exigido.

- Informar se os médicos que trabalham nos hospitais federais e estaduais receberam orientação da secretaria da saúde para não receitar o tratamento aos pacientes.

- Informar o que foi realizado nos mais de seis anos a frente da secretaria da saúde em relação as hepatites virais e, porque o número de notificações e tratamentos teve diminuição no período sob sua gestão.

Solicitamos, também, que sejam intimados a prestar esclarecimentos os médicos que trabalhando nos hospitais federais e estaduais não receitam o tratamento aos pacientes carentes, mas que comprovadamente indicam o tratamento a pacientes atendidos nos seus consultórios particulares.

Solicitamos, também, que seja intimida a Sociedade Brasileira de Hepatologia para dar explicações sobre a recomendação do "Item E" do "Informativo nº 7" de novembro de 2011, no qual era solicitado aos médicos hepatologistas para não receitar os inibidores de proteases devido ao alto custo, evitando assim ações judicias que seriam prejudiciais para a saúde financeira do sistema de saúde.

Oferecemos na solicitação extensa relação de pacientes que desde o final do ano passado recebem dos médicos dos hospitais federais e estaduais a "promessa" de tratamento, mas são informados que não podem emitir a receita para iniciar o tratamento porque a secretaria estadual de saúde não distribui os medicamentos recebidos do ministério da saúde no primeiro trimestre de 2013.

Caberá, então, ao Ministério Público Federal identificar e indiciar os culpados que estão levando ao agravamento do quadro de saúde dos pacientes com hepatite C atendidos nos hospitais federais e estaduais que dependem, como única alternativa, do tratamento com os inibidores de proteases boceprevir e telaprevir.

Com o resultado da Ação Civil Pública indicando os culpados pelo não oferecimento dos necessários tratamentos e como consequência os pacientes agravaram o quadro de saúde, poderão os que assim o desejarem, procurar a Justiça para reparação moral do dano causado pela omissão.

Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_geral/129_port_geral.html

A transmissão sexual do vírus da hepatite C entre casais heterossexuais monogâmicos - Um novo estudo



12/08/2013 


A transmissão sexual do vírus da hepatite C entre casais heterossexuais monogâmicos - Um novo estudo


O Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco, Estados Unidos realizou uma pesquisa com o intuito de determinar se a hepatite C pode ser considerada uma doença sexualmente transmissível. 

Para tal selecionou 500 casais heterossexuais monogâmicos com relacionamento sexual de longo prazo nos quais comprovadamente somente um dos parceiros estava infectado com hepatite C. Não foram aceitos para inclusão casais em que algum se encontra infectado com HIV/AIDS, hepatite B, transplantados, ou utilizavam qualquer tipo de droga sendo todos informados de determinados comportamentos de risco que deveriam evitar durante a duração da pesquisa, como o de evitar compartilhar itens de cuidados pessoais cortantes ou perfurantes e não praticar sexo fora do matrimonio, pois atitudes desse tipo estariam comprometendo o resultado da pesquisa. 

Todos foram testados pelo RNA/HCV assim como realizaram testes do genótipos e do subtipo do genótipo. Os 1.000 integrantes da pesquisa tinham idades variando entre 26 e 79 anos de idade e o tempo de relacionamento sexual era entre 2 e 52 anos de atividade. 

No geral 4% dos parceiros estavam ambos infectados, representando 20 dos 500 casais, mas como somente 9 casais (1,8%) possuíam o mesmo genótipo e sub-tipo não poderia se atribuir a contaminação ter acontecido entre os parceiros discordantes, se descartando a transmissão sexual dos 11 com genótipos ddiferentes. 

Por seqüenciamento e análise filogenética para determinar a relação das sequencias das estruturas do vírus entre casais genótipo-concordantes foi encontrado que somente 0,6% dos casais eram altamente relacionadas, de acordo com a transmissão do vírus dentro do casal. 

Baseado nos 8.377 pessoas/ano de seguimentos da pesquisa, a taxa de incidência máxima de transmissão sexual da hepatite C foi de 0,07% ao ano, ou cerca da necessidade de 190.000 contatos sexuais para a possibilidade de transmissão sexual em casais heterossexuais monogâmicos. 

Concluem os autores que os resultados fornecem informações sobre o risco quantificado necessário para poder aconselhar casais heterossexuais monogâmicos em que um dos parceiros está infectado com hepatite C. Além do baixíssimo risco estimado de transmissão sexual entre os parceiros sexuais, a falta de associação com praticas sexuais especificas no grupo em estudo fornece mensagens de aconselhamento inequívocas e reconfortantes. 

MEU COMENTÁRIO 

Mais um dos tantos estudos já publicados nas mais conceituadas revistas científicas e apresentados nos congressos internacionais que comprova a baixíssima possibilidade de transmissão da hepatite C na relação sexual. Com mínimos cuidados, entre casais heterossexuais monogâmicos a possibilidade de contagio é tão insignificante que não deve se recomendar mudanças na pratica sexual como, por exemplo, recomendar o uso da camisinha. 

Óbvio que ela pode acontecer se existem condições especificas, como ferimentos nos órgãos sexuais dos dois parceiros, ou se a mulher infectada está no período da menstruação e o homem com ferimentos no pênis, se existem doenças sexuais, como HIV, hepatite B, gonorreia e outras que possam facilitar uma possível transmissão do vírus da hepatite C, quando em todos esses casos a proteção com o preservativo deve ser indicada e até obrigatória, assim também quando o ato é praticado com um profissional do sexo. 

Mas não por isso pode a hepatite C ser considerada uma doença sexualmente transmissível, em especial pelos responsáveis da saúde e profissionais de medicina. Passar desinformação demonstra ignorância e desconhecimento científico daqueles que deveriam ser os mais capacitados no enfrentamento da epidemia. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Sexual transmission of hepatitis C virus among monogamous heterosexual couples: the HCV partners study - Terrault NA, Dodge JL, Murphy EL, Tavis JE, Kiss A, Levin TR, Gish RG, Busch MP, Reingold AL, Alter MJ - Hepatology. 2013 Mar;57(3):881-9. doi: 10.1002/hep.26164 


Carlos Varaldo
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FONTE:
http://hepato.com/p_transmissao_sexual/102_port_sexual.html

Sobrevida do interferon peguilado e da ribavirina com a chegada dos novos medicamentos na hepatite C?


12/08/2013 


Sobrevida do interferon peguilado e da ribavirina com a chegada dos novos medicamentos na hepatite C?


Para o tratamento da hepatite C 23 novas moléculas se encontram em fases avançadas ou finais das pesquisas (A revolução no tratamento da hepatite C - http://hepato.com/p_pesquisas/113_port_pesquisas.html ) sendo que algumas delas já estarão disponíveis no mercado a partir de 2014. Pode ser que algumas fracassem nos ensaios clínicos, mas certamente muitas delas chegarão ao mercado entre 2015 e 2017. 

O que não se pode esquecer ao falar em tratamento da hepatite C é a importância da resposta imune do hospedeiro, isto é, a reação do organismo do paciente ao efeito do medicamento e o efeito resultante da combinação paciente/medicamento sobre o combate ao vírus da hepatite C. 

Observo que a maioria dos novos medicamentos depende do efeito exercido pela ribavirina durante o tratamento. A ribavirina cumpre um fator que, se ainda é desconhecido na forma de atuação, parece ser fundamental para evitar a recidiva do vírus após o final do tratamento. Em outros medicamentos em pesquisa se observa que a ribavirina atua sobre a modulação imune, conseguindo uma maior barreira ao desenvolvimento de resistência viral. 

O desafio continua sendo nos genótipos 1 e 4 os quais são os mais resistentes aos tratamentos já que apresentam menor resposta terapêutica com o tratamento atual e com muitos dos que estão em pesquisa. Muitos dos novos medicamentos dependerão da combinação com o interferon peguilado para serem eficazes na maioria dos infectados com os genotipos 1 e 4. 

Por tanto, ainda existe uma longa vida para a ribavirina no tratamento da hepatite C e, uma media (ou longa?) vida para o interferon peguilado! 

Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_medicamentos/103_port_medicamentos.html

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Atendendo pedidos dos infectados com os genótipos 2 e 3


12/08/2013 


Atendendo pedidos dos infectados com os genótipos 2 e 3


Entre os infectados com hepatite C aproximadamente 75% possuem o genótipo 1, genótipo para o qual está direcionada a maioria das pesquisas por novos medicamentos, por ser esse genótipo o que merece maior atenção já que é o mais comum e o que apresenta menor possibilidade de cura com o tratamento atual. 

Infectados com outros genótipos reclamam por pesquisas de novos medicamentos para tratamento e como de costume a ansiedade sempre corre mais depressa que as pesquisas, mas posso afirmar que não devem perder a esperança, pois não estão esquecidos ou abandonados pelos pesquisadores. 

Toda nova droga é testada primeiro no genótipo 1. Confirmada sua segurança e eficácia passa então a ser testada em outros genótipos, nos co-infectados HIV/HCV, nos transplantados, nos renais crônicos e assim por diante. É a sequencia lógica da pesquisa, primeiro centrar esforços naqueles que mais necessitam e são mais difíceis de responder para depois, confirmada a segurança se experimentar nos outros grupos. 

Por exemplo, já no final do ano nos Estados Unidos o FDA deverá aprovar o Sofosbuvir, o qual será destinado para o tratamento do genótipo 1, ainda combinado com interferon peguilado e/ou ribavirina, mas também será aprovado para o tratamento dos genótipos 2 e 3, melhor ainda, sem necessidade de utilizar o interferon peguilado, isto é, um tratamento totalmente oral e na maioria dos casos com somente 12 semanas de duração. 

Outro medicamento que também será aprovado pelo FDA ao mesmo tempo é o Simeprevir, em principio para tratamento do genótipo 1 combinado ao interferon peguilado e/ou ribavirina, mas que serve também para o tratamento dos genótipos 2, 4, 5 e 6 e já apresenta excelentes resultados no tratamento de co-infectados HIV/HCV. 

Acho importante relembrar a todos que ansiedade e desespero são ruins para o sistema de defesa do organismo, fazendo com que os vírus se aproveitem da situação e acelerem a progressão da fibrose, por tanto, vamos manter a calma e confiar que tem muito pesquisador olhando para todos os genótipos. 

Em pouco tempo, mais rápido do que imaginávamos meses atrás, novos medicamentos chegarão ao mercado, para todos os genótipos, inclusive alguns deles serão pan-genótipos, isto é, nem será necessário fazer o teste da genotipagem já que serão efetivos em todos os genotipos e subtipos e praticamente todos os tratamentos serão sem interferon. 

Nesse momento uma nova briga estará começando, que será para que os países os aprovem e os introduzam nos sistemas públicos para tratamento gratuito. Mas que nunca será necessário estar unidos e fortalecer as associações de pacientes que lutam pelos direitos do paciente. Nesse sentido dependemos de sua colaboração para estarmos ativos quando da chegada dos medicamentos. 

Carlos Varaldo
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FONTE:

http://hepato.com/p_pesquisas/114_port_pesquisas.html

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Boas notícias nas Hepatites


Boa notícia Nº 1:  PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 11 de 2011


Altera a Lei nº 7.670, de 8 de setembro de 1988, e o art.186 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, para incluir os portadores das formas crônicas da hepatite B ou da hepatite C, passando esses a ter todos os direitos que hoje tem os infectados com HIV/AIDS.

Se aprovado o Projeto na Câmara de Deputados os benefícios serão muitos, desde garantia por acesso aos medicamentos até retirada do fundo de garantia, PIS/PASEP, auxilio doença e aposentadoria facilitada.

Tendo sido aprovada no Senado federal, a matéria vai à Câmara dos Deputados em caráter terminativo, isto é, passa pelas comissões sem necessidade de ser votada no plenário. Se aprovada seguirá para sanção da presidente Dilma.

É importante você se inscrever para seguir a tramitação e assim escrever aos relatores de cada comissão quando receberem o projeto para apreciação. Os Deputados recebendo e-mails dos interessados aceleram o processo, não ficando esquecido em alguma gaveta.

Acesse http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=99051 e faça o cadastro no Site do Congresso. PARTICIPE!



Boa notícia Nº 2:  Hepatite C é sexualmente transmissível?


Hoje enviamos e-mail ao Departamento DST/AIDS/Hepatites para que que na página sobre hepatite C seja retirada do final do texto a TAG que diz ser a hepatite C uma doença sexualmente transmissível, uma DST.

Sempre que uma matéria jornalística colocava que a hepatite C é uma doença sexualmente transmissível e tentávamos uma retração, respondiam que assim se encontrava no site do ministério da saúde, emhttp://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-c  e nada mais podíamos fazer para consertar o erro.

Observamos que muita coisa está mudando para melhor no Departamento DST/AIDS/Hepatites desde que assumiu a nova direção, pois em poucas horas recebemos resposta a nosso e-mail, a página foi imediatamente retirada do ar e, uma nova redação será colocada nos próximos dias.

Já era hora, pois reclamávamos disso há uns 5 anos e nunca fomos atendidos. Obrigado aos novos gestores do Departamento para contribuir a diminuir o estigma e discriminação dos infectados com hepatite C.

Carlos Varaldo
e-mail: hepato@hepato.com - e-mail opcional: grupootimismo@gmail.com 
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