segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

HEPATITE E

Hepatite E: um vírus negligenciado

12/12/2016

Editorial da revista "The Lancet" fala sobre uma das hepatites mais negligenciadas entre os cinco vírus das hepatites, a hepatite E, no entanto, a hepatite E é uma das causas mais comuns de hepatites no mundo. É estimado que a cada ano aconteçam 20 milhões de infecções, a maioria assintomáticas, embora uns 3,3 milhões de infectados apresentem sintomas e 56.600 mortes aconteçam por ano devido a hepatite E.

A infecção aguda na hepatite E não tende de evoluir para uma forma crônica, exceto, por exemplo, em transplantados, infectados pelo HIV (AIDS) e imunossuprimidos. Pessoas com doenças no fígado, como os infectados com as hepatites B e C, estão em risco de exacerbação dessas hepatites caso sejam infectados com a hepatite E. A infecção com a hepatite E também provoca manifestações extra-hepáticas potencialmente graves, tais como sintomas neurológicos, pancreatite, lesões nos rins, e trombocitopenia.

Os países desenvolvidos achavam que as infecções estavam limitadas a pessoas que retornavam de viagens a regiões endêmicas, mas na última década situação mudou e acontecem infecciones entre os habitantes. A hepatite E já é a causa mais comum de hepatite aguda nos países da União Europeia.

Existem quatro genótipos do vírus da hepatite E. Os genótipos 3 e 4 são transmitidos através de alimentos contaminados, em especial carne de porco, que não seja cozido adequadamente.

A transmissão também pode acontecer por sangue utilizada em transfusões que não tenha sido devidamente testada. 

O vírus é endêmico nas regiões da Ásia e da África, onde predominam os genótipos 1 e 2, os quais são transmitidos por via fecal-oral, forma idêntica a transmissão da hepatite A. Agua contaminada é uma fonte de contaminação, assim como a transmissão da mãe para o filho durante o parto. Nessas áreas a hepatite E afeta adultos jovens com uma taxa de mortalidade entre 0.5% e 4%, aumentado em crianças jovens, com menos de dois anos. Entre mulheres gravidas, em especial no terceiro mês de gravides a mortalidade chega a uma taxa entre 10% e 25%.

O diagnóstico precoce é fundamental porque o tratamento com ribavirina pode eliminar a infecção, no entanto a prevenção é fundamental uma vez que a ribavirina é contraindicada em populações de risco, entre elas as mulheres gravidas.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Hepatitis E: a neglected vírus - Editorial - The Lancet Gastroenterology & Hepatology - Published: December 2016 - http://dx.doi.org/10.1016/S2468-1253(16)30152-2 


Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com




FONTE: http://hepato.com/p_outras_hepatites/009_outras_port.php








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