Considerações e preocupações com o novo Protocolo de Tratamento da Hepatite C
Brevemente deverá ser publicada a consulta pública com o texto do protocolo de tratamento da hepatite C no SUS. Comenta-se que estará incorporando o sofosbuvir e o simeprevir.
No tratamento do genótipo 1 os dois medicamentos são utilizados junto ao interferon peguilado e ribavirina, com duração de 12 ou em alguns casos 24 semanas de tratamento. Já nos genótipos 2 e 3 o sofosbuvir pode ser empregado sem interferon, somente com a ribavirina em tratamento de 12 ou 24 semanas, sendo que em alguns casos do genótipo 3 é necessário utilizar também o interferon peguilado.
MINHAS CONSIDERAÇÕES:
Eu ficaria muito feliz se o novo protocolo contemplasse com sofosbuvir e simeprevir (ou ainda se os novos medicamentos daclastavir ou 3D vierem a ser incorporados) os seguintes infectados:
1 - Pacientes com fibrose avançada ou cirrose (*)- (F3 e F4 pela escala Metavir).
2 - Transplantados de fígado e outros órgãos.
3 - Infectados com hepatite C e crioglobulinemia.
4 - Infectados com doença renal avançada.
5 - Infectados com hepatite C com fibrose cística em grau F2 pela escala Metavir.
6 - Co-infectados com HIV-AIDS.
7 - Co-infectados com a hepatite B.
8 - Infectados que apresentam outra doença hepática, por exemplo, NASH (esteato hepatite não alcoólica).
9 - Infectados com sintomas de fadiga debilitante.
10 - Infectados com diabetes tipo 2 (resistência à insulina).
Também, os infectados com alto risco de transmitir a infecção deveriam ser considerados para receber tratamento independente do grau de fibrose
11 - Homens que fazem sexo com homens com praticas sexuais de alto risco.
12 - Usuários de drogas injetáveis infectados com hepatite C.
13 - Pessoas infectadas privadas de liberdade, encarceradas.
14 - Infectados que realizam hemodiálises por longos períodos de tempo.
(*) - Seria ideal se os infectados com fibrose F2 fossem contemplados com os novos medicamentos no novo protocolo, porém devemos reconhecer que o orçamento talvez não comporte num primeiro momento e, ainda, esses pacientes podem aguardar alguns meses até a chegada de novos medicamentos totalmente orais, livres de interferon.
MINHAS PREOCUPAÇÕES:
A - Não sei se está previsto o tratamento do genótipo 1 sem interferon, isto é, combinando o sofosbuvir e o simeprevir. Caso o Comitê Técnico Assessor não tenha previsto essa opção de tratamento no texto do Protocolo posso prever uma enxurrada de ações judiciais para o paciente receber os dois medicamentos e realizar o tratamento sem interferon.
B - Também, assim espero que o interferon convencional não mais conste da relação de medicamentos, passando em todos os casos a se utilizar o interferon peguilado.
Se essas dois opções não constam do texto do protocolo as secretarias estaduais e municipais de saúde estarão sofrendo com as ações judiciais já que quando o medicamento é entregue por ordem do Juiz são os estados e municípios que devem adquirir os medicamentos e nesses casos o preço de compra não será o negociado pelo ministério e sim o preço de venda ao público, o qual poderá ser absurdamente caro.
OK. Vamos aguardar a consulta pública, quando então todos poderão participar com sugestões e criticas. Avisaremos assim que for publicada.
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